Uma conversa sincera com quem usa coletor menstrual

 Uma conversa sincera com quem usa coletor menstrual

Talvez você seja aquela mulher que cresceu ouvindo que menstruação é algo horrível, que menstruar se sentir suja, dói, tem mau cheiro e que é um período que nos limitamos para algumas atividades.

Se você é essa mulher, eu te digo: Menstruar é bom e faz bem e é igual a todos os outros dias do mês.

No início do ciclo somos moldadas a utilizar os absorventes descartáveis e para mim também foi assim. Desde que menstruei pela primeira vez, sem muito entender sobre e sem ter opção de qual absorvente utilizar durante esse ciclo. É um período de mudança para mulher, o corpo muda, os hábitos mudam e ter saúde nessa fase é fundamental e é depois da menstruação que as doenças e alergias vaginal nascem em nós.

O absorvente descartável, abafa a vulva e impede de manter o equilíbrio vaginal. Com isso, nascem as coceiras e até mesmo infecções. Isso aconteceu comigo e eu me sentia horrível por ter que ir ao médico e tratar de algo que nem era “minha culpa”, mas era forma de resolver o meu problema momentâneo.

 Além o fato de que o absorvente que eu utilizava comprometia a minha saúde vaginal, estar menstruada era horrível. Ir para a escola menstruada então? Nem se fale! Todo momento sentia aquela sensação de que estava descendo até escorrer pelas pernas. Era um período em que não praticava educação física na escola e nem outro tipo de atividade que exigisse mobilidade. Isso se estendeu durante muitos anos, até que eu o mercado lançou o tal do coletor menstrual.

E ai começou os tabus! Nossa, usar algo na vagina? Isso não vai entrar lá e não sair mais? Isso não vai vazar? Vou ter que colocar meus dedos lá dentro para inserir esse absorvente?

Provavelmente, muitas de vocês tiveram as mesmas dúvidas em relação ao coletor, não é? É super normal, uma vez que nunca ouvimos falar dele e que fomos educadas com tabus em relação ao nosso corpo.

Diante de todas essas dúvidas, eu resolvi arriscar! Que chute certeiro, minha gente.

Os primeiros ciclos foram de adaptação e conhecimento. Sim, por que eu nunca tinha tocado no meu corpo desta forma. É como se tocar no interior da minha vagina fosse algo proibido e não é, muito pelo contrário, nós precisamos nos conhecer, conhecer nossa intimidade. Quando conhecemos nossa particularidade, nos sentimos mais livres e determinadas, inclusive nas relações sexuais e momentos de prazer. O auto conhecimento foi o primeiro e único desafio pra mim. Depois que eu passei por esse processo de adaptação e realmente me toquei e me conheci, nenhum outro método fez mais sentido.

Com o uso do coletor,  eu pude ter liberdade! Liberdade de me tocar, liberdade de poder ficar 12 horas sem precisar trocar, liberdade de poder correr, pular, andar de bicicleta, praticar qualquer atividade física e além de tudo isso, eu tenho liberdade para dormir sem calcinha e ter a aquela sensação horrível de sentir descer a menstruação.

Fora todos esses benefícios, a minha saúde vaginal é outra! Não tive mais candidíase e nem outras infecções que geralmente tinha. Minha vulva tem sua naturalidade e hoje eu pude perceber que o meu fluxo não era o absurdo que os algodões dos absorventes descartáveis me mostravam. Além de tudo, o único cheiro que eu sinto é de sangue, não de sangue em contato com o algodão que faz ter aspecto de podre.

O uso do coletor mudou a minha vida! Hoje, eu não saio de uma roda de conversa com as meninas sem falar dele. Quero que todas as mulheres do mundo tenham a mesma sensação de liberdade que eu tenho.

Usem coletor. Contribuem com o meio ambiente. Se toquem. Se conheçam.

Mudem seus hábitos menstruais. Mudem suas vidas!

 


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